Foi progenitor desta família em S. Paulo Antonio de Oliveira, cavaleiro fidalgo da casa de el-rei, natural de Portugal, de onde veio no cargo de 1.º feitor da fazenda real da capitania de S. Vicente, por mercê de Dom João III em 1537; foi loco-tenente do donatário Martim Affonso de Sousa, e capitão-mor dessa capitania em 1538, em substituição a Gonçalo Monteiro. Voltou a Portugal, depois de concluir este 1.º governo, e de lá trouxe em 1542 sua mulher Genebra Leitão de Vasconcellos com vários filhos. Deste casal descendem os antigos Oliveiras da capitania de S. Paulo, como refere frei Gaspar da Madre de Deus na sua — História da Capitania de S. Vicente. Conseguimos descobrir os seguintes f.ºs:

Manoel de Oliveira Gago foi morador em Santos, onde está sepultado na capela-mor da matriz com a seguinte inscrição: "Aqui jaz Manoel de Oliveira Gago humilde amigo dos pobres, f.º de Antonio de Oliveira, fidalgo, o qual no derradeiro dia com os mais será ressuscitado —1580".

Foi o fundador do engenho de açúcar de N. Senhora da Apresentação; foi casado e deixou nobre geração em Santos.

Antonio de Oliveira Gago foi 1.º casado com Izabel Gonçalves e 2.ª vez (na dúvida) com Custodia Moreira f.ª de Jorge Moreira e de Izabel Velho. V. 7.º pág. 440. Teve q. d.

1-1 Antonio de Oliveira † em 1613 em S. Paulo, foi casado com Angela Fernandes f.ª de Manoel Fernandes Ramos e de Suzanna Dias. Com geração no V. 7.º pág. 257.

1-2 Antonia de Oliveira † com testamento em 1632 em Parnaíba, foi 1.º casada com Antonio Xavier (ou Chaveiro); 2.ª vez com Diogo de Lara; 3.ª vez estava casada quando faleceu, com o capitão André Fernandes f.º de Manoel Fernandes Ramos e de Suzanna Dias do n.º 1-1 precedente. Teve (C. O. de S. Paulo):

Do 1.º marido o f.º único:

Do 3.º marido teve f.º único:

1-3 Cecilia Gago de Oliveira casada em 1647 em Joaquim de Lara e Moraes f.º de Diogo de Lara e de Magdalena Fernandes de Moraes; foram moradores na Ilha Grande. Com geração no V. 4.º pág. 538.

1-4 João de Oliveira.

Julianna de Oliveira foi 1º casada com Pedro Collaço, o moço, f.º de outro do mesmo nome, que foi nobre povoador de S. Vicente, e de Brigida Machado, a velha; por esta neto de Ruy Dias que veio em 1532 em companhia de Martim Affonso de Sousa; 2.ª vez casou com Manoel Fernandes Zouro e foi morar no Rio de Janeiro. Teve:

1-1 Ursulo Collaço, † em 1644 em Parnaíba com testamento em que declarou seus pais e avós, foi casado com Vicencia da Costa f.ª de Belchior da Costa e de Izabel Rodrigues sua 1.ª mulher; no mesmo testamento declarou que esteve no sertão, e teve (C. O. de S. Paulo):

1-2 Mathias de Oliveira, f.º do Cap. 3.º, faleceu em 1661 com testamento em S. Paulo no estado de viúvo de Antonia Rodrigues f.ª de Antonio Rodrigues Velho e de Joanna de Castilho. V. 7.º pág. 451. Teve (C. O. de S. Paulo):

4-3 Domingas Cardoso casou com Manoel da Costa Guimarães. Com geração.

4-4 Antonio Nunes de Siqueira, último f.º de 3-1.
 
 

Marianna Leitão de Vasconcellos casou em Santos com Diogo Arias de Aguirre, que foi capitão-mor governador e ouvidor da capitania de S. Vicente em 1598, natural de Lisboa, f.º de João Martins de Aguirre e de Izabel de Araujo Barros. Com geração em Tit. Arias Aguirre.

Tristão de Oliveira casou com Joanna Ferreira f.ª do capitão-mor governador Jorge Ferreira e de Joanna Ramalho (como provaremos na adenda no V. 9.º). Teve q. d.:

1-1 Mathias de Oliveira, † em 1624, o qual foi casado com sua parenta Izabel da Cunha, falecida em 1616, f.ª de Henrique da Cunha e de Felippa Gago, esta parenta próxima do capitão-mor governador Antonio de Oliveira, tronco deste título. Teve (C. O. de S. Paulo) os 3 f.ºs:

(1) Henrique da Cunha Lobo fez várias entradas no sertão, sendo uma em 1656 na companhia do capitão Antonio Gonçalves de Mendonça passando por Taubaté, onde comprou um espadim cujo preço ficou devendo a Manoel de Linhares; em 1670 esteve novamente no sertão, como se vê do seu testamento em que declara uma entrada na companhia de Pedro Fernandes Aragonez.

6-3 João de Oliveira Pires.

6-4 Bento Pires de Oliveira casou em 1754 na freguesia supra com Anna Maria Nunes f.ª de Francisco Moreira e de Maria Nunes. Teve q. d.:

6-6 Izabel de Oliveira Pires casou em 1732 na Cotia com Manoel da Silva de Andrade, natural de Portugal, f.º de José da Silva e de Angela de Andrade naturais do Pinheiro da Bemposta, freguesia de S. Paio, bisp. de Coimbra.

6-7 Escholastica de Oliveira Paes foi 2.ª mulher de Luiz Tavares de Araujo, natural de Bemposta, viúvo de Maria Sanches, f.º de Ventura João e de Maria Tavares, naturais da freguesia do Pinheiro, Quinta do Boral, bisp de Coimbra. Teve pelo inventário de Luiz Tavares † em 1760 na Cotia:

6-2 Bento Pedroso da Costa, já falecido em 1782.

6-3 Manoel Pedroso de Oliveira casou em 1744 em Santo Amaro com Maria José da Silva f.ª de Antonia Blanco Raposo e de Maria Ribeiro do Passo, à pág. 16 deste; faleceu em 1782 com testamento e teve (C. O. de S. Paulo) 10 f.ºs:

6-2 Izabel de Moraes casou em 1736 na Cotia com Fernando de Figueiró de Camargo f.º de João de Figueiró da Silva e da 1.º mulher Mecia de Moraes de Camargo. Com geração no V. 7.º pág. 73.

6-3 Vicente de Moraes Pires casou com Timothea de Oliveira Guedes f.ª de Francisco Xavier Gonçalves e de Josepha de Oliveira Guedes, à pág. 180 deste; foi morador na Cotia e teve 11 f.ºs:

6-5 Francisca de Moraes Pires casada em 1741 na Cotia com Carlos de Figueiró f.º de Matheus de Figueiró e de Marianna de Camargo. Com geração no V. 7.º pág. 68.

6-6 Rita.

6-7 Maria de Moraes Pires, última f.ª de 5-3, casou em 1752 na Cotia com José de Camargo f.º de Belchior da Cunha Broxado do n.º 6-1 retro. Com geração no V. 1.º pág. 192.
 
 

6-2 Capitão Marcello Pires de Moraes casou com Margarida Nunes de Siqueira f.ª de Domingos Nunes Paes e de Luiza de Siqueira Sobrinha. V. 2.º pág. 114. Teve q. d.:

6-4 Gertrudes de Moraes Madureira em 1792 era viúva de Ignacio Xavier da Fonseca, com quem casou em 1734 em Nazareth f.º de Gaspar Nunes do Couto e de Marianna da Fonseca, da ilha Terceira.

6-5 Balthazar Pires de Moraes casou em 1752 em Atibaia com Izabel da Silveira Cardoso f.ª de Francisco Cubas Bueno e de Anna Maria de Camargo. Com geração no V. 1.º pág. 460.

6-6 Boaventura Pires de Moraes, já falecido em 1792, sem geração.

6-7 Francisco Velho de Moraes, já falecido em 1792, foi casado e representado no inventário de 6-3 pelo f.º único:

Do 1.º marido a f.ª única:

(1) O seu inventário declara a f.ª única Izabel n.º 4-2; porém o testamento de Antonio Castanho da Silva, que faleceu em 1646 em Parnaíba, declara que sua mulher, Felippa Gago da Costa foi f.ª de Paschoal Delgado Lobo e de Anna da Costa, e isto está de acordo com o que escreveu Pedro Taques em Tit. Almeidas Castanhos: por isso descrevemos esta f.ª Felippa Gago sob n.º 4-1 na suposição de que, se não está ela mencionada no título dos herdeiros de Paschoal Delgado n. 3-1, foi por estar ela inteirada de sua legítima com o dote que recebeu em vida de seu pai.

4-2 Felix da Costa que já era † solteiro no ano do inventário de seu pai.

4-3 Maria de Oliveira casada em 1675 em Parnaíba com Agostinho da Rocha Gralho f.º de Domingos da Rocha, falecido em 1661 em Parnaíba, e de Domingas Ribeiro; faleceu em 1698 em Parnaíba, e teve (C. O. de S. Paulo):

4-5 Balthazar da Costa, falecido em 1670, foi casado com Anna Antunes, irmã inteira de Catharina Antunes do n.º 4-1 retro. Teve 4 f.ºs:

Filho do tronco (cujo nome não conseguimos descobrir), teve q. d.:

1-1 Domingos de Oliveira Leitão foi casado com Anna da Cunha f.ª de Manoel da Cunha, natural da ilha de S. Miguel, e de Catharina Pinto; faleceu em 1691, e pelo seu inventário (C. O. de S. Paulo) se vê que foi irmão de Diogo de Oliveira, e tio de Manoel de Aguiar; a data de seu inventário nos fez crer ser neto e não filho do tronco. Teve:

(1) Deixemos falar Pedro Taques:

"Produziu esta sentença o crime de morte que ele executou levado ao ânimo precipitado e arrebatado que lhe gerou melindres de honra antes de haver exame na ofensa dela: assim obra o ardor da néscia desconfiança quando se deixa vencer dos primeiros impulsos da cólera; e, concebendo presunções de ofensa, tirou a vida a uma filha donzela. Da imaginada culpa e nota de impureza estava inteiramente inocente a infeliz dama, e quis a Divina Providência patentear-lhe a virtude, então e para o futuro, permitindo que o sangue que rubricou a parede do lugar da tirania (na violência do punhal, que lhe atravessou o peito) não se apagasse com o decurso do tempo; e sendo passados muitos anos, ainda se conserva com viva cor para padrão da inocência. Arrebatou-se o pai pelos estímulos da paixão do primeiro impulso, e, preso o discurso ao grilhão da imprudência, faltou o exame, e teve lugar a barbaridade. Esta foi o agente para a execução: porque, encontrando com a filha à porta de entrada de um quarto que tinha saída para o quintal das casas, e havendo nele visto tremular um lenço que a mesma filha tinha levado para enxugar ao sol, concebeu que era senha praticada de algum oculto ofensor, que lhe manchava a honra; e, descendo as escadas para examinar no quintal a imaginada senha, encontrou no quarto baixo com a filha, que se recolhia da diligência de haver posto ao sol aquele lenço a enxugar; ficou tão cego da violenta paixão que o dominava que, sem mais averiguação nem assenso, sacou de uma faca de ponta, que atualmente trazia na algibeira do calção, cingindo-lhe a coxa direita (indesculpável adorno nos moradores do Brasil, assim nacionais como europeus) e com ela atravessou o peito, e caiu morta a filha.

Esta mancha pôs ódio a todos os moradores, que na comarca de Ouro Preto respeitavam com aplauso e veneração ao coronel Antonio de Oliveira Leitão, que ocupava o lugar de ouvidor geral e corregedor da comarca, quando, estando servindo de juiz ordinário mais velho da cabeça da comarca, faltou dela o proprietário. Ainda antes deste emprego, desfrutava grandes estimações por sua qualidade, liberalidade e prendas morais, sendo muito destro no manejo da cavalaria, brandura de rédeas, gentileza na figura etc. Nas festas executadas em S. Paulo pela aclamação de cidade no ano de 1712 foi um dos mantenedores da escaramuça a dois fios, e no jogo das sertilhas teve aplausos pela excelência das sortes, cuja aclamação subiu a todo o auge, quando de um golpe separou com a espada o pescoço de um touro. Com estas prendas, grandeza de ânimo e cabedal estava o coronel Leitão muito estimado em Minas Gerais, porém tudo caiu da estimação dos povos pelo sucesso referido, e, ofendida a república, pela virtude das leis não lhe livrou o respeito para que o Doutor ouvidor e corregedor da comarca com o general o conde de Assumar Dom Pedro de Almeida o não fizesse remeter preso para a cidade da Bahia, por cuja relação teve sentença contra si, que se executou cortando-se-lhe a cabeça em público em alto cadafalso no dia 16 de Junho de 1721."

(1) Dos Apontamentos Históricos de Azevedo Marques tiramos as seguintes notícias sobre este notável paulista:

"Dedicado à carreira das armas desde os seus mais tenros anos, nem por isso deixou de cultivar o espírito, de modo que o seu mérito militar foi realçado pela ilustração que adquiriu e o colocou a par dos homens de letras de seu tempo. Distinguindo-se por sua inteligência e bravura na campanha do Sul, de 1817 a 1822, obteve os postos até o de coronel. Em 1822, sendo ainda major, mereceu a honra de ser eleito pelo exército para orador da deputação que os oficiais em campanha mandaram ao príncipe regente D. Pedro para pedir-lhe que ficasse no Brasil. Desde então o mérito e aptidão de Machado de Oliveira começaram a ser melhor aproveitados nos cargos de presidente de várias províncias e comandante de armas; entre estas fazemos menção especial da do Pará, na qual a sua inteligência, tino e energia deve-se a pacificação da revolta conhecida pelo apelido de — mata lusitano —. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o honrou como a um dos seus mais prestimosos sócios; nele distinguiu-se com escritos de verdadeiro merecimento, pelo que obteve uma medalha de ouro. Eleito deputado por S. Paulo à 6.ª legislatura, tendo antes sido eleito na 1.ª pelo Rio Grande do Sul, delegado do diretor geral das terras públicas e diretor geral dos índios em S. Paulo, o brigadeiro Machado de Oliveira foi um poderoso auxiliar de todos os administradores, que recorriam as suas luzes e experiência dos negócios públicos.

A história e geografia do Brasil e especialmente a da sua província, mereceram-lhe sempre a mais acurada atenção, e a elas dedicou toda a última fase de sua vida, quando por incômodos de saúde e avançada idade tornou-se incapaz de outros trabalhos. Entre as obras e Memórias de reconhecido mérito que deu à luz este venerando paulista, são dignas de individual menção as seguintes, que foram, como era de esperar, recebidas pelo público com geral aplauso: — Quadro histórico da província de S. Paulo — Plano de uma colônia militar no Brasil — Compêndio de geografia da província de S. Paulo — Notícias das aldeias de índios da mesma — Memória sobre os limites da mesma — Memória sobre o descobrimento do Brasil — Memória histórica sobre a questão de limites entre o Brasil e Montevidéu — Celebração da Paixão de Jesus Cristo entre os Guaranis — Se os indígenas do Brasil tinham idéia de uma única Divindade — Qual era a condição social do sexo feminino no Brasil — Recordações históricas da campanha de 1827 entre o Brasil e a república Argentina — A emigração dos Cayuaz — Descrição do convento da Penha da Província do Espírito Santo — Biografia de Diogo Arouche de Moraes Lara e de Bento Manoel Ribeiro."

9-3 Francisco Alvares Machado Florence casou com Theodorina f.ª de Fortunato Florence.

9-4 Candida Florence.

9-5 Antonio Hercules Florence casou e teve 2. f.ºs (por informações).

9-6 Angelica Florence foi casada com o doutor em direito Delphino Pinheiro de Ulhôa Cintra, já falecido, natural de Mogi-mirim, f.º do dr. do mesmo nome, natural de Ouro Preto, e de Antonia Benedicta da Silva, n. p. do tenente José Pinheiro de Faria Cintra e de Jacintha Umbelina de Ulhôa, por esta bisneto do major Manoel Ferreira da Silva Cintra, natural de Ouro Preto, e de Anna Izabel Brazida de Ulhôa, natural de Ouro Preto, por esta terneto do dr. Duarte Lopes de Ulhoa, natural da Bahia, e de Rosa Joaquina de Figueiredo Feyo, natural de Lisboa, 4.º neto de Diogo Lopes de Ulhoa, 5.º neto de Thomé Lopes de Ulhoa, 6.º neto de Diogo Lopes de Ulhoa, natural de Portugal da vila de Alter do Chão, morgado, descendente dos Ulhoas da Galiza onde foram fidalgos com brasão de armas, como ficou provado por Antonio Constantino de Ulhoa, quando em 1780 requereu o posto de cadete, juntando uma pública forma da carta de brasão de armas e certidão de linhagem dos Ulhoas passadas em 1620 em favor do dito Diogo Lopes de Ulhoa, natural de Alter, por Diogo de Urbina, Rei de armas de el-rei Dom Felippe III de Espanha. Teve:

9-8 Paulo Florence com 2 anos em 1850.

9-9 Ataliba Florence, já † em 1850.
 
 

(1) O capitão Fortunato Correa de Mello foi 1.º casado com Anna Francisca Barbosa de quem deixou o f.º:

Joaquim Correa de Mello, talentoso botânico que fez seu nome conhecido na Europa e que casou em 1838 na vila de S. Carlos (Campinas) com Candida Cherubina Gomide f.ª do cirurgião-mor Candido Gonçalves Gomide e de Zefirina Maria de Moraes.

6-4 Antonia Caetana Machado casou em 1797 em S. Paulo com Maximiano de Góes e Siqueira Leite f.º do tenente Antonio Manoel da Rocha Leite e de Maria de Arruda , de Parnaíba. V. 4.º pág. 240. Teve: (por informações)

1-2 Diogo de Oliveira, f.º do Cap. 6.º, não descobrimos seu estado.