Genealogias da Zona do Carmo

 

TITULO LII

O MESTRE DE CAMPO MATIAS BARBOSA DA SILVA

PRIMEIRO POVOADOR DE BARRA LONGA

 

(Fidalgos da Fazenda Velha)

Notas sobre a fazenda da Barra

— O mestre-de-campo Matias Barbosa da Silva nasceu em Santa Marinha de Anais, concelho de Penda, arcebispado de Braga. Era Filho de Francisco Gomes da Silva e de D. Isabel Barbosa de Caldas. Mestre-de-campo. coronel de cavalaria. Senhor, na zona do-Carmo (e em outros pontos da capitania) de vastos domínios, que posteriormente se desdobrairam nas fazendas do Crasto, Silveiras, Baixada, Onça, Jurumírim e Corvinas. A sede principal de todo o vasto território do abastado coronel era a fazenda da Barra, que Mawe visitou em 1809 quando já pertencia ao conde de Linhares, bisneto de Matias.

Casou, quer parecer-me que no Rio de Janeiro (*), com D Luisa de Sousa e Oliveira, a qual, por morte do coronel, convolou a novas núpcias com o dr. Manuel Ribeiro de Carvalho. Do seu casamento teve o coronel uma filha :

F — D. Maria Barbosa da Silva, nasceu no Rio de Janeiro, na freguesia da Candelária; residiu em Vila Rica e faleceu em Lisboa. Foi c. c. o sargento-mor-de-batalha Domingos Teixeira de Andrade, um dos heróis da independência de Portugal.

O citado Mawe se enganou, quando escreveu que D.Maria casara com um fidalgo da Familia dos Sonsas, «she was married in Lisbon to a gentleman of lhe familv of Souza». Na Familia Sousa casou-se D. Ana Luisa Joaquina Teixeira de Andrade Barbosa da Silva, filha de D. Maria (**).

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(*) Cf. Documentos, ao fim deste titulo.

(**) D. Maria teve duas filhas; a segunda faleceu solteira.

Filha de D. Maria e seu marido Domingos T. de Andrade.

N 1) D. Ana Luisa Joaquina Teixeira de Andrade Barbosa da Silva, c. c. Dom Francisco Inocencio de Sousa Coutinho, militar e diplomata, nascido de nobre e velha estirpe. Fidalgo da casa real, governador e capitão-general de Angola. Embaixador em Madrid. Foi quem assinou por parte de Portugal o celebre tratado de Santo lldefonso. Era filho de Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, veador da casa real e de D. Maria Antonia Monteiro Paim, da corte de D.Pedro II.

Filhos de D. Ana e de D. Francisco:

Bn 1) Dom Rodrigo Domingos Antonio de Sousa Coutinho, 1ºConde de Linhares, 1º senhor de Paialvos, ministro plenipotenciário em Turim, ministro e conselheiro de estado. Nasceu em Chaves a 3 de agosto de 1755. Casou em Turim a 4 de Março de 1789 c. D. Gabriela Ïnácia Asinari di San Marzano, da casa dos condes de San Marzano, da nobresa de Milão. O conde faleceu no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1812. Filhos :

Tn 1) Dom Vitorio Maria Francisco de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa da Silva, 2 conde de Linhares, 2 senhor de Paialvos. Foi c. c. D.Catarina Juliana de Sousa Holstein.

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A descendência desta antiga e ilustre família continua a desenvolver-se em Portugal.

As informações sobre a descendência do fundador de Barra Longa devo-as ao marquês do Funchal, 3' do titulo, bisneto do conde de Linhares e 6" neto do coronel Matias Barbosa.

 

— Documentos —

 

Trehos do testamento de Matias Barbosa :

. . . . . . . . . . . . . . . . Declaro que os bens que possuo são por maior os seguintes: uma fazenda grande na Barra dos Gualaches da Freguezia do Forquim (Barra Longa foi capela filial do Furquim ate 1741; o testamento é datado de 1' de fevereiro de 1738), com casas nobres, engenho real, lavras, choças, e mais de duzentos escravos ou os que forem que melhor constarão dos róis das Desobrigas, ou listá da capitação.

«Um sitio que parte com a fazenda do Sargento Mor Manuel ,de Crasto, do qual vendi, metade a Francisco de Abreu Lima.

«Outro sitio no Gualaxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . terras minerais na freguezia de Gorapiranga.Quatro sítios successivos e continuados no caminho novo de Goyazes e duas semarias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

«Na cidade do Rio de Janeiro uma morada de casas nobres ,rua direita do Palácio.

«Uma morada da casas no Ouro Preto e outra na rua da Ladeira, que vem do mesmo Ouro Preto para a casa da Camara,

«Tenho mais varias peças de ouro lavrado e diamantes.

«Tenho mais seis ou sete arrobas de prata lavrada com que me sirvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

0 testamento foi escrito na vila do Carmo pelo Padre Manuel Pereira Batalha, «morador nesta vila do Carmo.»

Outro trecho do mesmo testamento : «(Estava o testador em duvida sobre ser ou não ser seu filho um certo João Barbosa)....... que sendo meu filho o dito João Barbosa, pode ser meu herdeiro, por eu e ella sermos ambos solteiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . e não ter eu ainda cargo algum que constituísse no grau de Nobreza necessária pura me serem os filhos naturais insucessiveis, pois só vivia então do algum negocio, com que andava de uma parte para outra, mas não a cavalo, porque nem o possuía, nem os havia a esse tempo em Santos e São Paulo, de sorte que por falta d'elles até o. cabos de guerra e pessoas principaes da terra todas andavam a pé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Declaro que no anno de 1720, segundo minha lembrança, veio a estas Minas meu cunhado Manuel de Sousa e Oliveira, morador no Rio de Janeiro, com uma carregação, ou lote de pretos muito magros de que me persuadiu a que lhe comprasse cinco por novecentas oitavas de oiro em que nos ajustamos, porém, passado alguns tempo, morreram dois, e por irem definhando os outros, lhos tornei a entregar, deixando de pagar os dois porque me disseram que vinham com achaque procedido de terem bebido agua salgada por falta de agua, e supposto que o dito meu cunhado queria por elles quatrocentas oitavas, nunca até o presente lh'as paguei, discorrendo que me fazia a dita venda com engano, mas pensando maduramente que como o mesmo poderia compra-los e vende-los sem lhe saber do acha que pelo que lh'os não engeitei, e dentro do tempo, mando se lhe satisfaçam, paguem ou restituam as ditas quatrocentas oitavas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

«Declaro que tenho somente uma filha por nome Dona Maria Barbosa da Silva, que se acha casada com o Brigadeiro Domingos Teixeira de Andrade, os quaes do Rio de Janeiro passaram para o reino e nelle vivem . . . . . . . . . . . . . . . .

D. Maria Barbosa nas Pessoas Illustres da Capitania, da autoria de Diogo de Vasconcelos (o primeiro) :

«A Exma. D. Maria Barbosa he digna da primeira consideração nestas memórias, como num dos maiores ornamentos do paiz, assim por suas distinctas qualidade de espirito, como pelo seu Exmo. Marido, pessoa nobilíssima de nossa corte e por seus Exmos Nettos empregados no Ministério Pátrio, nas Cortes Extrangeiras e nos Exércitos de S. A. R. Façamos-lhe toda a justiça; seu pai o Coronel Mathias Barbosa, sobre ter sido o Vassallo mais abastado da Capitania de Minas, foi o mais útil ao listado: prescindindo de outros serviços, de sobejo he lembrar o que fês alem do Rio de São Francisco na Conquista do Sertão do Campo Grande, que deparou a de toda a Capitania de Goiaz.»

(Na Rev. do Arch. Publ. Mineiro- 1896—pag. 449).

 

Um equívoco de Mawe

 

O cientista inglês John Mawe, a convite do conde de Linhares, visitou as fazendas do Crasto e da Barra em setembro de 1809. A descrição dessa jornada consagra ele quase todo o cap. XI do seu interessantíssimo e já raro Traveis in the inferior of Brazil. Com cores tão vivas e traços tão reais desenha os panoramas que a naturesa lhe oferece a vista e descreve os sitios por onde transita e as pessoas com quem trata; com tal arte desdobra o roteiro a que obedeceu, que o leitor chega a ponto de acreditar-se consigo mesmo que é da comitiva do viajante ilustre.

Quando, porém, se põe ele a discorrer sobre as fazendas que foi visitar, arma uma confusão tal que desorienta de todo o leitor familiarizado com as estradas, com os sítios e casais, e com a geografia, em suma, da região por ele percorrida. Ora desfigura topónimos, o que talvez se excuse ao inglês que,como é sabido, faz questão patriótica de estropiar a língua dos outros; ora, troca-os atribuindo a A o que compete a B. Ali se encontra por exemplo, um San Giatanha, que ninguém, a não ser natural da região, traduziria para São Caetano, a velha e nobre freguesia de São Caetano na comarca de Mariana.

A confusão, no entanto, a que quero referir-me, a maior e que estraga: bastante o seu capitulo, é a que ele estabelece entre as fazendas da Barra e do Crasto, lugares a que exclusivamente se destinava em sua excursão. Consiste o erro em chamar Barra (ele escreve Barro) ao Crasto (Castro, diz ele), e, vice .versa, em dar a esta a denominação que pertence àquela.

Quem, como Mawe, de Vila Rica viaja para Barra Longa—obe-decendo ao roteiro traçado no seu livro, isto é, pelas margens do Carmo-tem que inevitavelmente bater às portas do Crasto, antes de atingir a fazenda da Barra, sete milhas além, levantada, como aquela, às margens^o Rio Carmo, ou São Josè, como lhe chama o sábio ex-cursionista britânico.

O arraial (hoje cidade) sede da antiga paróquia de Barra Longa, que Mawe igualmente visitou, assenta-se dous a três kilometros abaixo da fazenda que lhe deve o nome — a fazenda da Barra, ou dos Fidalgos, na outra margem do mesmo Carmo.

Assentado o que acabo de expor, o equivoco se desfaz sem dificuldade. Basta que o leitor ponha Barra onde em Traveis in the etc. se lê Castro, e Crasto onde o autor põe Barro.

A passagem de Traveis, onde começa a confusão, que se vai reproduzindo por todo o capitulo citado, está assim redigida : «Descido o monte, entramos nos domínios de sua Sua Excelência, a fazenda da Barra; apontaram-nos a casa, distante talvez uma légua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

«Depois da permanência de alguns dias na Barra, dirigimo-nos ao Crasto, sete milhas adeante . . . . . . . . . . . . . . . .

«O nobre solar, erguido pelo seu primeiro possuidor, o senhor Matias Barbosa, é vasto, varrido de bons ares e ornado de uma extensa varanda, para a qual se abrem quatorze rasgadas janelas, que iluminam, dentro, igual número de quartos. Está situado junto à confluência dos rios Carmo e Gualacho, que ali se fundem para formar o São José, rio tão largo, quanto o Tamisa em Batersea.

«Não nos detivemos aí senão uma hora, porque pretendíamos visitar ainda o arraial de São José da Barra Longa, quatro milhas abaixo, nos limites do território habitado pelo gentio botocudo (*)

Nem o Crasto está junto à.confluência mencionada, nem há apenas quatro milhas, senão dez ou doze, entre Barra Longa e São João do Crasto.

Das varandas da fazenda da Barra, sim, via-se (já se não vê,porque um bárbaro poz abaixo essa velha construção, para mudá-la de lugar) a cem metros, se tanto, a barra dos dous rios; daquelas mesmas varandas ouviam-se, a acordarem vagas e misteriosas saudades, as Ave-Marias, tangidas no vetusto campanário da matriz de São José da Barra Longa.

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(*) Descending this mountain, we entered npon lhe estale of his Excel lency (**), called Fazenda do Barro, and were shewn the house at a Distance of nearly a league . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Having resided ai Barro some days, wc set ont for tlie Fazenda de Castro, distant abont seven miles . . . . . . . . . . This noble mansion was erectet by the first possessor of the district, Senhor Matthias Barbosa. It is very spacious and airy, having a gallery in front forty-eiglh yards long, to which open fourteen fotdingdoors ...... It is situated near the conthuence of the Riberon dei Carmen and the Rio Gualacha, which torm the San José, a river as large as lhe Thames at Battersea.

We did not rest above an hour at this fazenda, it being our intention to visit the aldea or village of San José de Barra Longa, situatet on the confines of the territory inhabited by the Bootocoody Indians . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Afler travelling about four miles we arrived at the village.

(Pags. 183/190 da ob. cit.)

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(**) Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares.

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Sentença de um breve concedido ao dr Manuel Ribeiro de Carvalho e D. Luisa de Sousa e Oliveira :

«Vistos estes autos, os itens de premissas justificativas, que os recebo e hey logo por justificados e approvados, visto ser publico e notorio que, os Impetrantes o Doutor Manoel Ribeiro de Carvalho professo na Ordem de Christo, e Dona Luisa de Sousa e Oliveira, notoriamente consta serem pessoas nobres, que publicamente se traiam à lei da nobresa e as suas casas nobres, que tem na sua fazenda da Barra tem hum oratório separados dos usos domésticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (março de 1753).

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Uma memória sobre a comarca de Mariana, de 1757. assim se refere à fazenda da Barra : "Desta capella (São João do Crasto) correndo o seu curso o ribeirão do Carmo entra logo na freguezia de São Joseph da Barra Longa em distancia de duas léguas chega a hua cüstoza ponte fabricada de grossíssimas madeyras das mais duráveis ao Brasil, e logo ao pé della recebi em si o rio Gualacho do Norte entre a grandiosa fazenda do Dr. Manuel Ribeiro e a ponte, mediando somente o rio Gualacho do Norte entre a ponte, casas, capella e fabricas da fazenda ficando a Matriz pouco abaixo da ponte fabricada de novo com seu arraial de poucos moradores. (Na Rev. do Arch.Publ. Min. VoL Xl-719)  

O segundo casamento de D. Luisa de Sousa

  <Revmo. Sr. Dr. Vizitador Geral — Dizem D. Luiza de Souza e Oliveira, Viuva do Coronel Mathias Barboza da Silva, moradora na freguezia de São José da Barra Longa, e o Dr. Manoel Ribeiro de Carvalho, morador na Cidade Marianna, natural da freguezia da Sé da Cidade de Braga, filho legitimo do Dr. Manoel Pinto Ribeiro, ia defunto, Promotor que foy da junta de Reziduos na Relaçam della, e de Sua mulher D. Maria Ferreira Bravo, que ambos os Suplicantes estão compromettidos a cazar hum com o outro, mas isto se não effeituará, salvo se V. Sá. se dignar dispençar com os Suplicantes não só em os banhos de Portugal, mas também nos deste Bispado, por cauza de justamente recearem os Suppiicantes malliciozos impedimentos; porquanto mandando o Brigadeiro Domingos Teixeira, Genro da Suplicante de Portugal a estas minas ao Dr. Antonio Lourenço de Medeiros com procuração sua para pôr em arrecadação a dimiedade dosbens que lhe tocassem como herdeiro do dito Coronel, o mesmo Doutor manucomunado com Domingos Ribeiro Gomes, homem orgulhozo, se intrometeram no governo e administraçao de toda a fazenda e bens do cazal que são muy importantes, pondo e dispondo de tudo qualquer deles, como se fosse verdadeiro Senhor e apenas contribuem ó Suplicante com hua pequena porção dos jornaes de huns negros, a qual não chega para a sua sustentação, e ambos ajustaram feitores com porções muito excessivas por serem compadres e amigos; e assim estes como aquelles tem feito e estão fazendo avultadas conveniências, que lhes hão de cessar pelo cazamento da suplicante, que por fallecimento do dito seu marido ficou em posse e cabeça de cazal de todos os bens delle, e nenhum dos sobreditos ha de levar a bem o Casamento, mas antes excogitará malliciosos impedimentos para que nunca se effeitue, e isto tem por certo todas as pessoas que sabem do referido, e também todo o dezejo do dito Doutor he que o dito Brigagadeiro, suceda também na meação da Suplicante, que tem prejuizo de muita concideraçam na demora de cazar-se porque cada vez mais vão tendo grande diminuição os seus bens, de cuja administraçam lhe devem dar conta o dito Doutor e o dito Domingos Ribeiro, a qual lhes não ha de ser gostoza cazando-se ella Suplicante, que no estado em que se acha não tem para isso capacidade; e como a Suplicante he viuva e não tem impedimento algum canonico para deixar de cazar-se, e da mesma sorte não teve o Suplicante em Portugal impedimento algum, nem cá o tem que lhe estorve o matrimonio por vir de fa solteiro e desimpedido e solteiro e desimpedido se achar prezentemente = P. a V. Sá. se digne, precedendo primeiro informaçam do Rdo. Parocho da Barra se lhe parecer, admittir a justificar o referido, e justificado o que basta, e prestada fiança a huns e outros banhos, mandar passar provizão para se receberem no oratorio da caza da Suplicante—E. R. M. (1747—18 de novembro.

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D. Luisa era filha de João de Sousa da Silva e de Mariana de Oliveira da Silva; nat. da Candelária, Rio de janeiro.

O Dr. Manuel Ribeiro estava viuvo em 28 de dezembro de 1759. Nesta data foi ordenado sacerdote em Mariana. Está assim redigida a sua matricula no livro de ordenandos da Arquidiocese: «O Dr. Manoel Ribeiro de Carvalho nat. da Frega. da da Cide. e Arcebispado de Braga, e compatriota deste Bispado, filho legitimo de Manoel Pinto Ribeiro e sua mulher D. Maria Ferreira Brabo; e foi por S. Excia. dispensado nos Instersticios e Têmporas».

 

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